Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Dador ou Pai? Afinal… o que nos faz mães?

É uma pergunta que surge muitas vezes entre nós, mulheres que escolheram a PMA para formar família. Quando falamos com outras mães que passaram pelo mesmo caminho, mais cedo ou mais tarde aparece esta dúvida: devemos chamar “pai” ao dador? Ou é mesmo isso — apenas um dador?

Não é uma questão de semântica. É sobre identidade. Sobre amor. Sobre a forma como contamos aos nossos filhos a história das suas origens. E, muitas vezes, sobre como contamos essa história a nós mesmas também.

Como mãe independente, esta pergunta também já me atravessou. E não estou sozinha.

A palavra “pai” vem carregada de tudo aquilo que imaginamos e sentimos: alguém que está, que cuida, que ama. Para muitas de nós, essa palavra tem um peso emocional enorme — e usá-la para falar de alguém que só esteve presente no momento da doação pode parecer estranho. Desajustado. Até injusto.

O dador não é pai. Não esteve nas noites em claro, nem nas primeiras febres, nem nas birras ao pequeno-almoço. Não segurou a nossa mão nas ecografias, nem nos dias difíceis. Ele contribuiu, sim — mas só no início, e só com uma parte muito específica do processo.

Há quem diga “pai biológico”. Outras preferem “dador”. Há quem adapte conforme a idade da criança ou o contexto em que vive. E está tudo certo. O importante, acredito eu, é que seja uma escolha consciente. Que faça sentido para nós. E que possamos, com essa escolha, contar uma história que seja verdadeira, bonita e segura — para os nossos filhos, e para nós.

O meu filho acabou de fazer 6 anos e já começámos a falar sobre isso de forma simples e natural. Digo-lhe que precisei da ajuda de alguém para o ter, que essa pessoa deu uma sementinha, mas que o pai é quem está, quem cuida, quem ama todos os dias — e que, no nosso caso, sou eu.

Acredito que falar com verdade, desde cedo, os ajuda a crescer com clareza, orgulho e segurança.

Há uma história que me emociona sempre: a de uma mulher que teve um filho através de dupla doação — óvulos e esperma. Biologicamente, não partilha nada com o bebé. E ainda assim, foi ela que o gerou, que o trouxe ao mundo, que o amou desde o primeiro segundo. Que cuidou, que alimentou, que esteve sempre lá.

Esta conversa vai continuar a surgir. E ainda bem. Porque é sinal de que estamos a pensar, a refletir, a construir um caminho consciente. Mas que nunca nos falte empatia. Que saibamos escutar, acolher, respeitar. Porque cada família é única. Cada história é feita à sua maneira. E no fundo, todas temos algo em comum: a coragem de ter escolhido ser mães. Por amor.

Se também és mãe independente e esta conversa te diz alguma coisa, partilha comigo. Deixa o teu comentário, conta a tua história ou manda mensagem. Somos muitas. E estamos juntas.

Ines Fontoura

Ines Fontoura

Postagens relacionadas

Tudo sobre o universo da maternidade independente

CONTACTO

Follow me

Copyright © 2025 Maternidade Independente. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Hera Studio